Adolescente desmente irmão acusado de matar família em São Gonçalo
Segundo menor de idade, Matheus Khalil conhecia os suspeitos de executar família. Rapaz também estaria envolvido no crime.
O irmão mais novo de Lucas e Matheus Khalil desmentiu o depoimento prestado por Matheus nesta quinta-feira (23), na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. Segundo o rapaz, de 16 anos, os dois acusados de invadir o apartamento e matar três pessoas da mesma família em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, eram amigos de seu irmão.
O adolescente afirmou aos policiais que saiu de Saquarema, Região dos Lagos, com Matheus e os dois suspeitos de invadir o apartamento – ainda não identificados pela polícia – no dia do crime, já com o plano de execução arquitetado.
O menor, que foi trazido pelos agentes à sede da DHNSG para depor, ainda estava sendo ouvido no fim da tarde. Segundo o delegado Fábio Barucke, porém, o depoimento já demonstra que Matheus mentiu ao afirmar ter sido envolvido no plano pela mãe, Simone Gonçalves, e que não conhecia os dois matadores.
“O depoimento desse terceiro irmão mostra que o crime foi todo premeditado, mas ainda precisamos identificar os dois outros acusados e entender qual a participação efetiva da mãe desses rapazes”, afirmou Barucke, acrescentando que Lucas Khalil, o primeiro dos filhos de Simone a ter a prisão decretada, acusou a mãe em depoimento.
“Ele nos afirmou que sempre ouviu a mãe dizer que um dia isso aconteceria. Que a mãe dizia odiar a irmã [Soraya] e que mataria toda a família”.
A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo pediu o bloqueio do passaporte de Simone, mãe dos rapazes, suspeita de ser a mandante do crime. Segundo agentes, a frieza de Simone impressionou os investigadores do caso. Durante as três horas em que prestou depoimento na DHNSG, na semana passada, ela não se mostrou abalada nas conversas com os policiais.
Suspeito chega algemado em delegacia
Lucas Resende Kalil, suspeito de envolvimento no assassinato da família em São Gonçalo, chegou algemado na tarde desta quinta-feira (23), na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.
O titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, delegado Fábio Barucke, pediu nesta quarta-feira (22) a prisão temporária de Lucas Resende Khalil, de 23 anos. Ele é suspeito de envolvimento no assassinato de três pessoas da mesma família em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na última sexta-feira (17).
O pedido foi deferido pela Justiça e Lucas era considerado foragido. O Portal dos Procurados chegou a divulgar cartaz com foto do suspeito e oferece recompensa de R$ 2 mil por informações sobre ele.
O delegado da DH-Niterói, Marcus Amim, disse que, caso sejam condenados pela Justiça, Lucas, Matheus e Simone podem deixar de ter direito a receber a herança. Ainda segundo o delegado, os pedidos de prisão temporária de Matheus e Simone feitos pela Polícia Civil já passaram pelo Ministério Público e agora estão nas mãos da juíza da 3ª Vara Criminal de Niterói.
Segundo o delegado Fábio Barucke, as investigações apontam que Lucas, filho de Simone Gonçalves Resende, irmã de uma das vítimas, Soraya Gonçalves de Resende, tentava se desfazer de uma arma com silenciador uma semana antes do crime.
As vítimas – um diretor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wagner Salgado, a mulher dele, Soraya, e a filha do casal, Giovanna, de 9 anos, foram mortas a tiros no apartamento onde moravam, em São Gonçalo.
Matheus Resende, irmão gêmeo de Lucas, esteve na delegacia nesta quinta-feira e confessou que, na noite do crime, recebeu um telefonema da mãe. Ela o orientou a levar dois homens até o apartamento da avó, que fica ao lado do imóvel das vítimas, o que ele admitiu ter feito.
Ao chegar lá, os dois homens passaram por uma janela até a casa da família – eles mataram todos e, logo em seguida, ligaram para Matheus, mandando que ele descesse e ligasse o carro. Os três fugiram em direção a Saquarema. A polícia investiga qual o vínculo dos matadores com Simone.
“Sabemos que Simone participa de rituais de magia negra. Isso começou a chamar nossa atenção quando encontramos dentes jogados no chão do imóvel onde o crime aconteceu, próximos às vítimas. Nenhum dos matadores saiu de lá ferido, logo não poderiam ser deles. Por meio de pesquisas, descobrirmos que, dentro dessa prática religiosa, dentes significam posse. Ou seja, o gesto de lançar dentes no chão do imóvel teria valor simbólico – significaria que estavam tomando posse daquele apartamento”, explicou Barucke.
fonte: G1