Campo Grande: R$ 1 milhão em cheques levanta suspeita de que carbonizado em HB20 era agiota

Polícia aguarda exames para confirmar identidade

Cerca de R$ 1 milhão em cheques pré-datados no nome de vários emitentes foram encontrados pela perícia na casa agrônomo aposentado Sebastião Mauro Fenerich, de 69 anos, dono do Hyundai HB20 que foi incendiado com um corpo no porta-malas nesta segunda-feira (10). Com a apreensão, a polícia suspeita que o idoso, possível vítima do crime, trabalhava como agiota.

A perícia na casa do agrônomo aconteceu ainda na noite desta segunda-feira, logo após o trabalho das equipes no local em que o carro e o corpo foram encontrados no Jardim Seminário. A residência estava revirada e duas armas, uma espingarda calibre 12 e um revólver 38, foram apreendidas.

Além disso a polícia encontrou vários cheques, no nome de pessoas diferentes, que também foram recolhidos para exames. Foi o achado dos talões que indicaram o possível envolvimento de Sebastião com empréstimo de dinheiro fora do mercado de crédito legítimo, esquema conhecido como agiotagem. Conforme informações extraoficiais, os cheques somam um valor de R$ 1 milhão.

O computador e outros objetos que podem ajudar nas investigações também foram apreendidos. A perícia ainda encontrou impressões digitais pelo imóvel. Elas foram recolhidas e devem ser submetidas a confronto papiloscópico, para identificar as pessoas que estiveram no local.

Vizinhos contaram que Sebastião foi visto saindo de casa às 10 horas. Depois, o HB20 foi visto entrando na garagem novamente entre às 14h e 15h. De acordo com a Polícia Civil, caso seja do aposentado o corpo encontrado carbonizado, na segunda vez Sebastião pode ter saído inconsciente de sua casa, já no porta malas.

Mesmo com todos os indícios, como a roupa encontrada com o corpo ser a mesma que o agrônomo aparece em fotos, a polícia espera a confirmação dos exames necroscópicos e de DNA para identificar oficialmente a vítima carbonizada.

Para os vizinhos de Sebastião a notícia foi recebida com tristeza e o ‘desaparecimento’ dele, já que desde ontem ele não é visto, como confirmação. “Ele não costuma ficar sem aparecer. Se vai viajar sempre avisa a alguém”, lamentou um dos moradores da Rua José Bonifácio na Vila Planalto em Campo Grande.

Fenerich morava na edícula aos fundos de uma casa, que costumava alugar, a pelo menos 4 anos e era uma pessoa querida pelos moradores da região. Familiares do agrônomo usaram as redes sociais para se despedir, mesmo sem a confirmação da identidade do corpo por parte da polícia. O filho do aposentado, que mora no interior de São Paulo, deve chegar nesta terça-feira (11) na Capital para ajudar nas investigações.

Fonte: Midia Max

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