CCZ realiza ações de bloqueio para prevenir avanço da leishmaniose
Medida vem com a confirmação do resultado positivo de recente caso de leishmaniose visceral e morte de uma criança de 7 anos
A Prefeitura de Três Lagoas, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vem intensificando as ações de bloqueio do avanço da leishmaniose.
“Essa medida é mais uma ação de prevenção e alerta, após a confirmação positiva de um recente caso de leishmaniose visceral, em que veio a óbito uma criança de 7 anos de idade, de Três Lagoas, internada no Hospital Universitário, em Campo Grande”, explicou o coordenador do CCZ, médico veterinário Alexandre Gorga.
Seguindo procedimento padrão do Ministério da Saúde, logo após a confirmação de caso positivo de leishmaniose, em laudo recentemente emitido e divulgado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) de Mato Grosso do Sul, é necessário realizar ações de bloqueio num raio periférico de nove quadras, ou seja, de 900 metros.
O bloqueio será “num raio periférico de 900 metros, nos últimos endereços onde a família dessa criança morou”, explicou Alexandre.
VISITAS DOMICILIARES
Para tanto, “nossa equipe de agentes bate de porta em porta, colocando cada morador a par do ocorrido, avisando que houve recentemente um caso confirmado de leishmaniose visceral humana ou de leishmaniose visceral canina”, explicou.
A primeira pergunta que os agentes fazem, nas visitas domiciliares, nas ações do bloqueio é saber se a família possui ou não cachorro. Se a resposta for positiva, é imediatamente feita a coleta de sangue do animal para exame laboratorial.
“Feito o exame, teste rápido, a família é logo avisada se o resultado foi positivo ou negativo, para que as demais providências sejam logo tomadas, evitando os perigos da proliferação da doença”, explicou o médico veterinário do CCZ.
A direção do CCZ, seguindo também as mais recentes normas do Ministério da Saúde, “respeita o sentimento das pessoas e a afinidade que têm com seus animais de estimação, mas também alerta sobre a responsabilidade de ter um animal doente em casa”, comentou o coordenador do CCZ.
Existem duas opções: o dono do cachorro se compromete a cuidar do seu animal, encaminhando-o para tratamento adequado, feito por um profissional capacitado, ou autoriza o recolhimento do cão doente para sedação e eutanásia, seguindo procedimentos regulamentados pelo Ministério da Saúde.
INQUÉRITO CANINO
Há mais de duas semanas, o CCZ vem realizando, de casa em casa, o chamado Inquérito Canino, para “sabermos números reais da população canina de Três Lagoas, porque há mais de dois anos não se realiza este trabalho no nosso município”, comentou Alexandre Gorga.
“Hoje, não temos dados atualizados dos índices de prevalência da leishmaniose canina, que acreditamos estar na faixa de 20% a 30%”, explicou. Esses índices são calculados de acordo com os números existentes da população canina.
Três Lagoas está entre os cinco primeiros municípios com maiores índices de incidência de leishmaniose visceral humana, que são os casos levados em consideração pela Secretaria Estadual de Saúde.
Até a 21ª Semana Epidemiológica de 2017, (final do mês de junho), do total de 49 casos confirmados da doença em todo o estado de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas aparece em terceiro lugar com cinco casos positivos, ficando apenas atrás de Campo Grande com 21 casos e Corumbá com seis casos.
Com a confirmação do recente caso da criança que veio a óbito, o número de casos já pulou para seis.
A leishmaniose é uma doença não contagiosa e a transmissão do parasita ocorre através da picada do mosquito fêmea infectado. Os principais sintomas da doença visceral são indisposição, anemia, febre, perda de peso e inchaço no baço, fígado e gânglios linfáticos.
A principal prevenção é manter casas e quintais sempre limpos, evitando o acúmulo de lixo, entulhos de construção, madeiras em decomposição e, principalmente, material orgânico (frutas e folhas de árvores).
Todo esse material é propício à formação de criadouros e proliferação do mosquito flebótomo, também conhecido como “mosquito palha”, vetor da leishmaniose.