Comissão de Saúde inicia trabalho de apuração de óbitos de bebês em Três Lagoas
Vereadores da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Três Lagoas estiveram no Hospital Auxiliadora, na manhã desta segunda-feira (9), para reunir-se com o diretor técnico e médicos. O objetivo foi solicitar esclarecimentos referentes aos óbitos de bebês, na Maternidade.
A Comissão é composta pelo vereador apóstolo Ivanildo (presidente) e os membros vereadores Sirlene dos Santos Pereira e Davis Martinelli.
Na oportunidade, Ivanildo fez questão de informar que o objetivo é ouvir todas as partes envolvidas, entender como Município e Hospital atuam, pois estão acompanhando cada caso. Ele ainda ressaltou que, neste primeiro momento, os vereadores querem entender a responsabilidade do Hospital com as gestantes, sobretudo, perante a contratualização e ainda conhecer a Maternidade.
O diretor administrativo Marco Calderon agradeceu a presença da Comissão e fez questão de explicar que o Hospital segue protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde, tendo uma equipe formada por profissionais com especialização, priorizando o atendimento humanizado.
Calderon ainda citou o andamento de 7 sindicâncias, dentro do hospital, para apuração dos fatos e que os índices de mortalidade materna estão abaixo dos dados nacionais.
Ele ainda fez questão de ressaltar que o hospital atende as gestantes em situação imediata, não é responsável pelo pré-natal e ainda citou que o último caso de óbito de bebê, a gestante foi orientada a ficar em observação, mas preferiu ir para casa e retornou dias após o recomendado, pelo médico. Tudo foi registrado, em três relatórios.
Outra situação relatada durante a reunião é o risco que a equipe médica vem correndo, inclusive na sala de parto, recebendo até mesmo ameaças, tudo em decorrência da divulgação de algumas matérias, que não refletem todo o empenho da equipe ao receber a gestante, numa situação de emergência, quando a prioridade é avaliar os riscos.
Também presente na runião, o médico Francisco, diretor técnico do Hospital Auxiladora, falou que segue-se todas recomendaçoes do Ministério da Saúde, a legislaçao e que está muito seguro e tranquilo quanto a equipe que tem na Maternidade, mas que a divulgação dos fatos vêm ocorrendo, muitas vezes, de forma injusta.
O obstetra Valério fez questão de agradecer os vereadores por querer ouvi-los, também citou o desgaste da equipe. E, adiantou que oficializou junto a direção do hospital, na manhã de hoje, que em 30 dias, médicos e enfermeiros que atuam na Maternidade devem deixar as funções, pois vem sendo tratados como bandidos.
Um alerta também foi feito aos vereadores: a falta de equipamentos para realização de exames como o ultrassom morfológico e cardiotopo, muito importantes durante o pré-Natal, hoje não acessíveis na rede municipal de saúde.
Sobre os serviços disponibilizados para gestante em situações de não emergências, a enfermeira Amábili informou aos membros da Comissão que o Hospital oferece curso gratuito para gestantes, a cada dois meses e ainda que visitas são disponibilizadas, todas as terceiras terças-feiras, do mês, mas nenhuma unidade de saúde encaminha paciente.
O hospital conta com 5 médicos obstetras plantonistas, que trabalham num regime de 12h. Há um total de 15 leitos, exclusivos para o atendimento das gestantes.
Ao final, da reunião, vereadores foram conhecer a Maternidade do Hospital Auxiliadora.