Como a candidatura de Simone Tebet embola o jogo Politico no Senado
Agora anunciada oficialmente, a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) embolou a disputa pela presidência do Senado. Após conseguir o apoio de seu partido, Tebet já costurou a adesão de outras siglas importantes na disputa contra o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como o Podemos e Cidadania.
Metade do PSDB e metade do PT devem aderir à candidatura da presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Além disso, Simone já conta com deflexões em outros partidos como no PP e PSD.
Ao ser indicada pelo MDB, Simone desbancou outros três nomes do partido que haviam sido cotados para disputar o comando da Casa: o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO); o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE); e o líder do próprio MDB e da Maioria no Senado, Eduardo Braga (AM).
O partido optou pela senadora por ter maiores chances de vitória em comparação aos seus colegas de partido. Além disso, seu nome tem condições de atrair a chamada ala lavajatista do Senado: os 17 membros do grupo Muda Senado.
Ao longo desta quarta-feira (13), menos de 24 horas após a confirmação de sua candidatura, as bancadas de Podemos (com nove parlamentares) e do Cidadania (três senadores) decidiram apoiar o nome de Simone. Assim, já são pelo menos 27 senadores em prol da candidatura de Simone Tebet. Dentro dessa lista de 27 senadores, membros da Casa acreditam que deve haver apenas três traições: uma dentro do MDB e duas no Podemos.
Além disso, os senadores que já declararam apoio publicamente à emedebista estão fazendo campanha aberta em favor da senadora como o caso dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-ES) e Mara Gabrilli (PSDB-SP). “Colegas senadores, vamos eleger Simone Tebet à presidência do Senado. Independência dos poderes e harmonia, sem polarização. Simone representa renovação, seriedade, diálogo, além de valorizar a força da mulher na política”, declarou a tucana por meio das redes sociais.
Durante essa semana, o senador Rodrigo Pacheco, que é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, recebeu a adesão do DEM, Republicanos, PROS, PSD, PSC, PP, PL e até do PT. Em tese, ele tem 39 dos 81 votos dos senadores. Há também a chance de ele receber apoio dos três senadores do PDT, mas a possibilidade de vincular o partido de Ciro Gomes à um candidato apoiado por Bolsonaro tem criado desconforto interno na sigla.
Até a semana passada, Pacheco vinha articulando apoios de forma isolada, mas como o auxílio do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Mesmo em declínio, Alcolumbre ainda é visto por alguns senadores como o responsável por engavetar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) STF e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga, criada para investigar o Judiciário. E isso, na visão de senadores investigados, trouxe estabilidade institucional ao Senado.
Fonte: Gazeta do Povo