Imagens Chocantes: Prédio desaba durante incêndio no largo do Paissandu, centro de SP
Um incêndio de grandes proporções atingiu dois edifícios no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, próximos à avenida Rio Branco. O fogo começou por volta da 1h30 e às 2h50 um dos prédios, de 22 andares, que desabou. Há ao menos um morto no incidente e bombeiros buscam por desaparecidos com auxílio de cães farejadores em meio aos escombros.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo no segundo prédio já foi controlado e não existe risco de desabamento. Os esforços para apagar alguns focos de incêndio na área continuam.
A Igreja Martin Luther, vizinha do edifício que desabou, também teve sua estrutura danificada. O templo é a primeira paróquia evangélica luterana da capital, inaugurada em 1908.
Moradores do prédio afirmam que o incêndio começou após uma explosão no quinto andar. Eles desconfiam que se trate de um botijão de gás. Após a explosão, houve fogo e fumaça pelo prédio.
A costureira Iraci Alves diz que estava no prédio quando o fogo começou. “Foi uma explosão muito forte. Saí só com a minha roupa”, diz. Ela afirmou que parte interna do prédio era de madeira e, por isso, o fogo se alastrou muito rápido.
Iraci dava uma entrevista para uma emissora de TV quando gerou indignação nos demais moradores ao falar que a ocupação pedia apenas uma taxa opcional. “É mentira. Estão falando invasão, mas todo mundo pagava aluguel. Eu pagava R$ 200”, disse o estudante Leandro Bueno, 16. Segundo ele, as condições de segurança do local eram péssimas.
A peruana Gredy Yune, 50, disse que os organizadores da ocupação chegaram a pagar juros. Ela mostrou à reportagem um carnê que marcava as mensalidades.
A responsável pela ocupação, dizem os moradores, é uma mulher conhecida como Nil. Segundo eles, a mulher desapareceu após o incêndio.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros dizem que somente a perícia poderá confirmar as causas do incêndio. Há ao menos um morto, três feridos, e bombeiros buscam por desaparecidos, moradores dizem que havia pessoas no topo do prédio no começo do incêndio.
Foram enviados 160 agentes e 57 carros do Corpo de Bombeiros para a ocorrência, além de unidades da Polícia Militar, SAMU, CET e Defesa Civil.
De acordo com a área de comunicação da Prefeitura de São Paulo, a Defesa Civil está no local para verificar possíveis danos nos prédios vizinhos e a CET está organizando bloqueios na região. A SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) está providenciando abrigamento para as famílias.
CONDIÇÕES PRECÁRIAS
Moradores da região relatam que o prédio que desabou era uma instalação desativada da Polícia Federal e que estava ocupada irregularmente. O outro, ainda em chamas, era um edifício comercial.
“Estava assistindo televisão em um hotel próximo quando ouvi uma gritaria. Pensei no começo que era uma briga, mas logo depois ouvi as pessoas gritando para descer e aí vi o incêndio”, relata Antônio Carlos Saraiva, que é recepcionista no hotel São Jorge, vizinho ao local da tragédia. O hotel foi interditado preventivamente pela Defesa Civil.
O prefeito Bruno Covas, que esteve logo cedo no local, disse à imprensa que já estava em tratativas com a União para tomar conta do lugar. “A prefeitura agiu no limite de sua função. Cadastramos as famílias e já estávamos buscando receber esse prédio.”
O prefeito disse que agora a prioridade é prestar auxílio aos atingidos. Segundo ele, 191 pessoas foram atendidas nos abrigos da capital.
Cerca de 150 famílias que moravam no prédio que caiu foram cadastradas pela secretaria de habitação. Destas, 25% eram de estrangeiros.
Bruno Covas não soube dizer quantos prédios estão invadidos na capital. “Sabemos que oito prédios do entorno estão na mesma situação deste que pegou fogo”, afirmou o prefeito.
Também presente no local, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB) disse que as famílias desabrigadas serão cadastradas e levadas para abrigos, e também podem se candidatar a receber aluguel social para procurarem um novo lugar para viver. Ele também chamou o caso de “tragédia anunciada”.
“Não tem a menor condição de morar lá dentro. As pessoas habitam ali, desesperadas. Volto a repetir que essa era uma tragédia anunciada”, continuou.
De acordo com o governador, são pelo menos 150 imóveis ocupados irregularmente no centro de São Paulo, a maioria deles de particulares.
fonte: Yahoo