Polícia Federal cumpre mandado contra ex-presidente da Eldorado Brasil
Operação Bullish deflagrada nesta manhã investiga fraudes em empréstimos no BNDES
O empresário Joesley Batista, do grupo J&F, que tem um conglomerado de investimentos, entre eles a empresa de celulose de Três Lagoas Eldorado Brasil, é alvo de um mandado de condução coercitiva da Operação Bullish, deflagrada nesta sexta-feira (12) pela Polícia Federal.
Segundo o Estadão, o mandado não foi cumprido ainda, porque Joesley está no exterior. Ainda segundo o jornal, o ex-ministro Antônio Palocci também é alvo da investigação. Mas não há medidas contra ele neste momento autorizadas pela Justiça.
De acordo com a Polícia Federal, a Operação Bullish, investiga fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através da subsidiária BNDESPar, a uma grande empresa do ramo de proteína animal. Os aportes, realizados a partir de junho de 2007, tinham como objetivo a aquisição de empresas também do ramo de frigoríficos no valor total de R$ 8,1 bilhões.
Em março deste ano, a Justiça Federal de Brasília determinou nesta sexta-feira o afastamento de Joesley Batista do conselho de administração da produtora de celulose Eldorado Brasil, e o bloqueio das ações da empresa em poder da holding de investimentos J&F, do empresário.
OPERAÇÃO
Realizadas após a contratação de empresa de consultoria ligada a um parlamentar à época, as operações de desembolso dos recursos públicos tiveram tramitação recorde. Além disso, essas transações foram executadas sem a exigência de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Segundo a PF, são cumpridos hoje 37 Mandados de Condução Coercitiva. Desses, 30 no Rio de Janeiro, e 7 em São Paulo. Além disso, 20 mandados de busca e apreensão, 14 no Rio de Janeiro e 6 em São Paulo, além de medidas de indisponibilidade de bens de pessoas físicas e jurídicas que participam direta ou indiretamente da composição acionária do grupo empresarial investigado, até o limite do prejuízo gerado ao erário.
Os controladores do grupo estão proibidos, ainda em razão da decisão judicial, de promover qualquer alteração societária na empresa investigada e de se ausentar do país sem autorização judicial prévia. A Polícia Federal monitora 5 dos investigados que se encontram em viagem ao exterior.
Bullish
O nome da operação adveio da tendência de valorização gerada entre os operadores do mercado financeiro em relação aos papéis da empresa, para a qual os aportes da subsidiária BNDESPar foram imprescindíveis.
Fonte: JPNEWS/Ana Cristina Santos