Jovem decapitado na Capital cuidava da chácara do pai no interior de MS

Pai deve ser ouvido pela Polícia Civil

Leoni de Moura Custódio, de 18 anos, jovem encontrado carbonizado e decapitado em um aterro sanitário de Campo Grande, morava com um irmão no assentamento Monjolinho, em Anastácio, a 134 km da Capital. As informações são do pai Reinaldo Custódio da Silva, 48 anos, que deve ser ouvido pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (4).

O jovem que na companhia de um irmão cuidava de um lote do pai em um assentamento de Anastácio, estava na Capital a passeio, há pouco mais de 15 dias. Reginaldo ainda não acredita que tudo isso tenha acontecido com o filho.

“Sempre foi um menino bom, não tinha amigos em Campo Grande porque estava a passeio. No máximo ia até a esquina de casa”, disse o pai, que não suspeita das causas do crime.

A crueldade no assassinato é semelhante aos moldes utilizados por facções criminosas e a Polícia Civil de Campo Grande acredita que a execução de Leoni possa estar ligada a guerra entre facções.

“A crueldade da morte e o local onde o corpo foi encontrado leva a crer que a autoria seja de facção criminosa”, explica o delegado que ainda disse já ter visto outros casos semelhantes de assassinatos, onde a autoria descoberta seria de grupos rivais de facções criminosas.

O pai do jovem deve ser ouvido ainda nesta quarta (4) para esclarecer à polícia o que, realmente, o filho estaria fazendo na Capital. A identidade do irmão que também é morador de Anastácio não foi revelada pelo familiar.

O desaparecimento e a morte

Leoni desapareceu na última quinta-feira (28), quando saiu de casa e não retornou mais. O corpo foi encontrado no sábado (30), mas só ontem, terça-feira (3), é que os resultados de exames de DNA confirmaram a identidade do jovem.

Foi durante o registro de ocorrência de desaparecimento, na Polícia Civil, que o pai foi informado de que um corpo havia sido encontrado carbonizado no lixão. No Imol (Instituto Médico de Odontologia Legal), na segunda-feira (2), o pai chegou a reconhecer por fotos, a aliança que filho usava.

A família afirma que a vítima não tinha rixas e não suspeita de um responsável pelo crime. “Ele só ficava aqui perto, com amigos na esquina de casa. Foi tudo muito escondido, o corpo estava escondido. Não tem como saber. Queremos justiça”, disse.

Guerra entre facções

Leoni pode ser a terceira vítima decapitada na guerra entre facções criminosas. No dia 16 de agosto, o corpo de Fernando Nascimento dos Santos, de 22 anos, foi encontrado decapitado enrolado em um cobertor no Jardim Los Angeles.

Em um vídeo que circulou na internet, o jovem pedia desculpa a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), em sequência ele aparece sendo degolado por um homem encapuzado. O corpo foi deixado pelos autores do crime nas margens de uma estrada vicinal, no Los Angeles. A vítima foi encontrada decapitada e desmembrada. Além disso, o homem teve o coração retirado do corpo.

Em fevereiro deste ano, Richard Alexandre Lianho, 25, foi executado e desovado na Cachoeira do Ceuzinho, em Campo Grande. O corpo foi encontrado com os braços parcialmente arrancados e um corte no pescoço. Depois do crime, os suspeitos divulgaram as imagens em redes sociais e o vídeo se espalhou.

Também em fevereiro, Leandro de Oliveira, de 26 anos, foi encontrado no aterro sanitário de Campo Grande, no Jardim Noroeste. Leandro seria um dos rapazes que participou da execução filmada de Richard Alexandre Lianho, de 25 anos, no dia 15 de fevereiro. O corpo foi encontrado carbonizado.

fonte: Midia Max

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