Justiça autoriza desbloqueio de ações da J&F para conclusão de venda da Eldorado

A J&F conseguiu uma autorização da Justiça para concluir a venda da Eldorado. As ações que o grupo possuía na empresa estavam bloqueadas. O Juíz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, autorizou ontem (22) o desbloqueio, abrindo assim, caminho para os Batistas finalizarem as negociações com a Paper Excellence, que fechou acordo para compra da fábrica por R$ 15 bilhões.

Há expectativa de que as tratativas sejam concluídas na próxima semana. Na quinta-feira (21), a Eldorado anunciou sua adesão ao acordo de leniência da J&F, outro passo visto como de extrema importância para a operação.

O magistrado afirmou que apreciou o pedido de desbloqueio diante da “urgência suscitada pelas partes”. Este impôs, contudo, condições à liberação das ações.

Segundo Vallisney, a J&F terá de usar o dinheiro levantado com a venda para quitar parte de suas dívidas ou de sua controlada JBS ou ainda demonstrar que os recursos ficarão reservados no caixa da companhia de alimentos para o pagamento de suas dívidas. Como um terceira alternativa, a J&F pode destinar os valores em conta judicial destinada à 10ª Vara Federal de Brasília. O Ministério Público Federal havia se manifestado favoravelmente ao desbloqueio.

Reestruturação

Enquanto os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, seguem presos, executivos do conglomerado tentam concluir as operações de venda costuradas nos últimos meses. Nesta semana, a venda da empresa de calçadas Alpargatas para Itaúsa, Cambuhy e Brasil Warrant foi finalizada. A equipe da J&F tenta correr para finalizar as tratativas para a venda da Vigor (lácteos) e da Eldorado.

A mexicana Lala informou por meio de fato relevante que o processo de fechamento da compra da Lala segue de pé, mesmo após a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) ter anunciado o exercício da opção de compra de 50% da marca Itambé, que faz parte do segmento Vigor.

A J&F precisa do dinheiro das vendas para quitar dívidas e fazer frente à obrigação de pagar R$ 10,6 bilhões às autoridades, parte do acordo de leniência firmado pelo grupo.. Em curso, há ainda a tentativa de venda das linhas de transmissão da Âmbar.

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